"Eu acho que foi a Kim que disse "parece que ninguém quer trabalhar hoje em dia"

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No início de 2022, fui convidada a participar de uma exposição coletiva que surgiu como ponto de partida para apresentar novos e emergentes artistas ao “mercado” de Curitiba. Esta exposição intitulada CONHEÇA, foi organizada pela produtora ArteC Curitiba e pretende ser a primeira edição de um incentivo artístico anual.

Como alguém que atuou em várias camadas da cena artística da cidade nos últimos 5 anos desde a minha formatura, seja em espaços DIY totalmente independentes (como shows de apartamentos ou meu próprio projeto de 75m2), as bolsas concedidas por diferentes áreas de seções da cultura (como SESI e SESC), bem como em empreendimentos mais comerciais (trabalhando com a Soma Galeria), achei a ideia de um debutante como uma introdução “formal” à sociedade artística incrivelmente pesada e bem-humorada. Quem era o "eu" que o público deveria conhecer? Eu deveria mostrar meu corpo de trabalho anterior, meu trabalho? Eu deveria apresentar ao público meus conceitos e ideias? Ou eu pretendia apresentar meu próprio meta-eu, o artista está presente como artista? A obra resultante “Eu acho que foi a Kim que disse 'parece que ninguém quer trabalhar hoje em dia” consiste em uma instalação composta por uma escrivaninha forrada de pelo rosa com fac-símiles de cerâmica de um Macbook e Iphone, juntamente com outros objetos tridimensionais multimateriais que ecoam com aqueles encontrados na estética de Girlboss Hood. A obra explora aspectos das relações entre o capitalismo e o desempenho do trabalho junto com gênero e outros sistemas de opressão.

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